Epilepsia

06-06-2013 17:44

    Epilepsia

Uma vez que o actual tema em estudo nas aulas de psicologia B é o cérebro, foi-nos sugerida, pelo professor Rui Kemp, a elaboração de um artigo com base psicofisiológica dos comportamentos mais complexos dos seres humanos. A epilepsia surgiu a propósito do estudo dos neurónios. As crises epilépticas são explicadas como tempestades neuronais e podem ser provocadas por inúmeras causas: traumatismos cranianos, febre, tumores cerebrais e factores de ordem genética. 

O que é?

É uma doença crónica que afecta cerca de 1 em cada 200 indivíduos, o que pressupõe, para Portugal, uma prevalência entre 30 a 50 mil pessoas com epilepsia.

As crises focais começam com a activação de um pequeno número de neurónios, habitualmente num dos hemisférios cerebrais, a qual pode manter-se localizada ou estender-se secundariamente (generalizar-se) através de todo o cérebro. Pensa-se que as crises generalizadas são a consequência da activação dos neurónios de ambos os hemisférios cerebrais.

Considera-se como epilepsia o aparecimento de duas ou mais crises de início brusco e inesperado. Uma crise isolada não é epilepsia; assim, as crises surgidas no decurso de um processo agudo (febre, infecção, etc.) denominam-se de crises ocasionais e não constituem uma epilepsia.

Sintomas:

O paciente sofre de crises, causando-lhe quedas, convulsões incontroláveis, espuma da boca e perda de urina.

Possível tratamento definitivo: Calosotomia

Este tipo de intervenção é radical e só se aplica a casos muito severos de epilepsia e consiste em cortar a ponte onde passam as fibras que conectam uma metade cerebral com a outra (corpo caloso) impedindo a difusão da crise.
Podem responder a este tipo de cirurgia as crises atónicas, as quais afectam ambos os lados do cérebro, não existindo nenhuma área susceptível de remoção.
Nalgumas crises focais que se generalizam, quando o foco não é acessível a remoção ou existem focos bilaterais, também se pode tentar este tipo de cirurgia.
As crises não cessam inteiramente com este tipo de cirurgia, pois continua a haver actividade epiléptica num ou noutro lado do cérebro, mas os seus efeitos tornam-se menos graves e há uma melhoria na qualidade de vida dos pacientes.
Frequentemente a calosotomia é praticada em duas fases. A primeira intervenção separa parcialmente os dois hemisférios cerebrais poupando algumas conexões entre eles. Se as crises param, não se fazem mais cirurgias. Se continuam, alguns médicos advogam uma segunda intervenção destinada a separar completamente os dois hemisférios cerebrais. Os efeitos comportamentais são, no entanto, muito preocupantes: os cérebros divididos podem trazer a dificuldades de coordenação motora e de percepção, até mesmo dar origem a dois “eus” separados no mesmo corpo, duas personalidades distintas.